quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ficção

nossa história de amor
era coisa do passado
caso mal resolvido
virou leitmotiv
desse romance inacabado

domingo, 4 de dezembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

tocada

você me toca
com o tato mais tácito
e me provoca
com o gosto do gozo ácido
que o tecido
(sob a saia)
enxuga
enquanto abotoo
a blusa

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

(Alice)ando Leminski

Enquanto o verbo aliciar,
os versos seguem leminskiando:
na rima indireta
um "ai"
escorrega
e (hai)cai

terça-feira, 11 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

minha (ins)piração

Quando você é poema, a poesia brota
Como se fosse prosa
meu verso se transforma em desejo
E faz o silêncio perecer à míngua
A rima acontece na ponta dos dedos
E trago sua boca na ponta da língua

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

impulso

De súbito
como um susto
inescrupuloso
me vem como um gozo
o desejo
de beijar seu corpo
me colar em sua boca
e apenas ser sua...
ser apenas sua...
ser sua apenas
em todos os poemas

terça-feira, 16 de agosto de 2011

despedida


sem me despir,
ele se despede:
meu beijo
adormece
dentro
da boca
e a roupa
me aperta
sem ser aberta

sábado, 6 de agosto de 2011

flerte

desde o primeiro encontro
seu olhar me fisga
a ponto de eu não ter mais
do que o seu ponto de vista

sábado, 30 de julho de 2011

máscaras

me confundo
com tantos papéis
contudo, meus desejos
são fiéis:
sou amiga, amante
noutro instante fada
vez em quando, namorada
mas assumo todas as faces
e também meus fracassos
quando ele se deita
sou mulher naqueles braços

segunda-feira, 25 de julho de 2011

âmbar

O castanho do seu olhar
A brilhar
Me devasta
Afasta o que principia
da minha desnuda hipocrisia

O castanho dos seus olhos
Quando me olha
Me devassa
Arrebata
... Me molha

quarta-feira, 13 de julho de 2011

desafio

me faça um poema
pleno
planejado de forma obscena
em cada cena
uma parte minha
você desenha

me faça um poema
profano
sem o clichê
eu-te-amo
um poema
urgente
e outros planos
bem indecentes

segunda-feira, 11 de julho de 2011

presente

Sandra
Sandrinha

ah se deus
me desse asa

eu puxava tua sardinha
pra minha brasa

pra Sandra Regina

Por Múcio Góes

terça-feira, 5 de julho de 2011

Lentes

Armadilhas... armações
Intenções dissimuladas
no castanho das palavras
que atraem:
nelas, todos os míopes caem

sexta-feira, 1 de julho de 2011

fêmea

Do poema
que me escreves
quero apenas a inspiração
mais pura:
breve e absoluta
sendo eu a musa
ou a puta

sua mão tateia
o vestido
pra me sentir
por dentro
o tecido


e de estrofe em estrofe
outra rima me ocorre
enquanto sou só o desejo
que escolhes


beijo-te com a poesia
me molhando...
e fico imaginado
sua língua
passeando em minhas rimas
completamente femininas

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Colcha de atalhos*

Tento juntar os versos
Que pusemos na tela
Mas o desejo de tê-los na pele
Me impede, protela...

Recupero as rimas
Refugiadas nas estrofes
Dissimulo suas fantasias
Na ousadia que me engole
... pérolas do desejo só nosso

Por fim, respiro... e desisto
Somos só isso:
Versos soltos
Entranhadamente precisos
Somos pouco...
Versos que se misturam
no ritmo exato
Do desejo
Indefinido


* Parcerias multiplicam-se em poemas

sábado, 25 de junho de 2011

acordar

me acorda o braço
do abraço
quente e macio
eu, de repente
no cio,
passional...
me molho
... e antes de abrir
os olhos
abro pernas e frestas
pra nossa festa
matinal

sábado, 18 de junho de 2011

sacramento

de joelhos
em oração
rezo minha prece
peço que me canonize
o seu santo desejo profano
e me beatifique sua unção

terça-feira, 14 de junho de 2011

meias verdades

meias-palavras
ditas à meia-luz
à meia-noite
em meia-língua
num clima de meia-estação
quando horas
duram meia-vida
e uma mentira completa

quarta-feira, 8 de junho de 2011

resposta ao caos

você me emudece
muda meus sentidos
me tece em outras linhas
me silencia
e adivinha meu gosto
você se aninha
na poesia que comungo
quando nossos versos
estão juntos

segunda-feira, 6 de junho de 2011

versos ligeiros...

nosso amor
não tem jeito
é feito de atalhos
e atrasos
nosso amor
não tem laços
só perde no passo
nosso amor
não é vão
é só ilusão

domingo, 5 de junho de 2011

rompante

De repente
Preciso dizer
Eu te amo
assim, num rompante
para romper o instante
que nos mantém distantes

sexta-feira, 3 de junho de 2011

das ausências

não preciso
que você me conte
onde se esconde
quando está longe
preciso,
isso é certo,
que esteja
sempre
por perto

terça-feira, 31 de maio de 2011

datas

Ainda hoje

de tudo me lembro

e juro que sinto

(num instinto natural)

seu beijo único

inaugural

me envolvendo

por dentro...

e entre as pernas

guardo seu membro

desde o último

31 de dezembro

sábado, 28 de maio de 2011

passeio

Gosto de te ter a tatear
meus labirintos
Com tua haste em riste
Teu gesto rasgando meu verso
... um resto de gosto triste no rosto

Gosto dos teus passos
(Descompassados...)
teu rastro de(s)cuidado
tropeçando
Quando andas por estas incertas estradas
... meus atalhos e entradas

Gosto de te ver a brincar em meus esconderijos
Deslizando por meus percursos
Quando me curvo de prazer
À procura do teu rijo destino
... Só para me perder

quarta-feira, 18 de maio de 2011

nas rimas apenas

de repente
a rima recente
se ressente
e o texto ressentido
fica inibido

... por hoje
apenas
não há poemas

domingo, 1 de maio de 2011

Garatujas

Te rabisco
Com meus lápis de dor
Desisto do risco
Tento o amor-aquarela
Invento outro traço
traço outra reta
Mas só vejo o esboço
(do desenho que não fiz)
Estampado no teu rosto
Com o pó da cera
De giz


E acompanhem a SEMANA TEMÁTICA HAIKAIS no Blog de 7 Cabeças

sábado, 23 de abril de 2011

espera

cedo ou tarde
suas digitais
imprimem
seu desejo
em minha carne

E eu cedo...
ainda que você tarde

segunda-feira, 18 de abril de 2011

fertilidade

Agora que teu cheiro
Mora na minha pele
E o aroma da noite
Perfuma meu quarto
E minha carne
Agora meu corpo
(poema incerto)
Recolhe teu verso
Ejaculado

epopeia*

O que será da nossa estreia
Agora que não há acento
Na plateia?


(*Pensando na minha (re)estreia no Blog de 7 Cabeças)

domingo, 10 de abril de 2011

Brisa me abrasa
Leva a febre à pele
Num abraço carmim
Que seja assim:
Te quero bem
Meu querubim

sábado, 9 de abril de 2011

de repente

de tanto ver
seu verso (en)cantado
na minha frente:
o fogo rente
rosto que marca
moço em seu chapéu
(de tanto ver
creio na farsa
do seu cordel)

de tanto ouvir
na sua voz
a rima
veloz de
sertão em canto
(vez em quando)
Sou pranto
enquanto o canto
é silêncio...
na fumaça
que abrasa
(se seu abraço escassa)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cordel



Workshop de Literatura de Cordel com Carlos Galdino: 09/04/2011


no Memorial da América Latina. Inscrições GRATUITAS e Vagas Limitadas!

Pelo Tel: 3823-4780 ou e-mail: eventoscbeal@memorial.sp.gov.br


Com participação do GAS!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

nômade

Teu beijo habita meus pensamentos:
alimento em escassa porção
A língua do teu saber
povoa minha parca sabedoria
Teu olhar mora em meus sonhos
na minha farta imaginação
E é teu cheio que permanece
Se te (res)piro à distância
Teu corpo hoje vive
visceral(mente) em mim
... se expande toda noite
e se instala quando o tato
digita meus segredos
noturnamente revelados

segunda-feira, 14 de março de 2011

apelo à flor da pele

sele minha pele
com sua saliva
leve sua língua
à flor da minha pele
(onde) seu lábio
de leve
me revele
selo em relevo
febre e zelo
em sê-lo:
pelo
impele minha pele
ao fogo
do seu apelo
até que sua pele
pelo meu gozo
apele

quarta-feira, 9 de março de 2011

para uma quarta-feira (quase) cinza*

Recuperando o presente,
Percorro aqueles passados
Outros feriados sem fim
E todos os domingos
Que você roubou de mim
Recolho migalhas de carinho
Nos abraços que ainda sinto
Espalhados entre os nãos
Dos seus atalhos em meus vãos


*Repostagem

domingo, 6 de março de 2011

tua presença*

Vieste de dias distantes
bem antes... de alguma poesia
Chegaste vibrante
Quando sem rimas eu vivia...

Vieste sem dizer palavra tua
(recitando sonhos alheios)
Me iluminaste de Lua
Como lunática eu passeio

Sopraste nos meus versos banais
Teu jeito sutil de observar
Vendo mais sem me olhar
Com olhares ternos e acidentais

Estás agora aqui
(...Vieste a perder-te nestas linhas)
Em meus poemas ficaste...
Quando eu nem acreditava que vinhas...

*Tirado lá do fundo da gaveta...rs... post originalmente escrito no "Poemas e devaneios", nos idos de 2005

domingo, 27 de fevereiro de 2011

parceria

Quero fazer
(um poema de)
amor
com você

Quero fazer
para você
um poema
de verdades pequenas
e clichês
de rimas quentes
de repentes
um poema
apenas
para arder

Quero fazer
com você
um poema
ousado e moderno
livre em flor:
o melhor poema
de amor

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

metapoética

saio da linha
a cada rima
à mostra.
aberta a página,
a sílaba
ácida
está exposta

liberto minhas taras
e outras amarras
no texto sem sentido
prefiro um gesto
ao estilo
abdico, improviso
impressa no verso
... me livro

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

teu rosto

O que pedem estes olhos
que te perseguem
em filmes reeditados
em versos inacabados

O que querem estes olhos
que todos os gestos
ofuscam
quando te buscam
meus olhares indiscretos

O que olham esses olhos,
quando todo o resto
do corpo que te entrego
se molha e te recolhe
enquanto teu rosto
Eu olho

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

prece

Na manhã vazia
A liturgia clama
Por nossa rima profana
Crucificado
Ao seu lado,
Meu corpo pede
Que eu permaneça
Enquanto eu rezo
Para que você
Milagrosamente
Aconteça

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

defeitos meus

Te quero
(Não dissimulo)
Me entrego
E me acostumo
Depressa
Com o gosto
E o cheiro
de promessa
Que teu corpo
deixa
na cama
onde te deitas

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

SARAU DA AVANHANDAVA



20 de Janeiro, 20h, Rua Avanhandava 16
Poesia e música em todos os cantos.
Apresentação: Jaime Matos e Carlos Galdino.
(Re)lançamento do meu livro "O TEXTO SENTIDO"
APAREÇAM!!!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

fala ciosa

Se você
"deixar comigo",
alicio sua libido:
fixo o castanho
dos seus olhos
no meu casto olhar
pouso meu verso
quase inibido
no seu gesto
mais vulgar
aceso seu corpo,
mantenho-o quente
e teso e pronto
num jogo iminente
que suponho
se me abrigo
(num abraço)
no afago incisivo
do seu falo