quinta-feira, 16 de abril de 2020

Outono raro


No escuro, o quarto
(corpo) em abandono
procuro teu sono
o corpo tão raro (outro)
E é teu calor ausente
que vem ao meu encontro
E a cada falta
da tua palma no ventre
do lado dentro
do tecido frio
na pele, a febre se mostra exposta
e brota uma gota
de saudade
(com gosto acre)
no segredo do lábio ainda macio
Sonho à míngua
recrio um trava-língua:
ponho a trama do teu desejo
entre meu beijo de cio
a libido ali por um fio

Nenhum comentário: