sábado, 17 de março de 2012

ressaca

... e de manhã,
quando acordo
e me olho no espelho
ainda latejo
e todos os meus lábios
sentem teu beijo

terça-feira, 6 de março de 2012

Feita em versos

Minha rima feminina
vibraria por alice
num haicai se ruísse
E despertaria performática
Quase tão multimídia quanto elisa
talvez se molhasse nos naufrágios de cecília
ou nos versos suicidas de ana cristina
se se mostrasse tão lasciva quanto adélia ou hilda
e poetizasse outros fetiches
poetaproseando quase clarice


"Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
... E o poeta te diz: compra o teu tempo.
Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
“Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas”.
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.
E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto
Não cabe no meu canto."
(inspiradores versos de Hilda Hilst)