quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

cartão

Estou oferecendo
um poema.
uma dor.
Quem quer ler
meu
mais-que-imperfeito
amor?
Estou apostando no novo
de novo
outra vez
(Espero demonstrar
a todos vocês)
E declarar
às claras
nas linhas expressas
na vida real:
Tenho um bem
e ele não é virtual!


Queridos leitores amigos (mais amigos que leitores...rs), obrigada pelas visitas... pela cumplicidade dos comentários... pela lealdade...
FELIZ 2008!!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

aunque lejos

Sinto ainda na pele
O deslize
Da sua mão,
Que brinca
Tímida e sem limite,
Na minha íntima febre

Ainda vibra em mim
O jorro silencioso
Assim como o gozo
Que você declina
Quando recolho
Sua saliva
Na minha boca...
Ponho seus dedos
Nos meus cabelos...
Prendo seu peso
Entre minhas coxas!

(Algo me levou ao passado...rs... acho que é efeito do fim de ano! Atualizei o Gavetas Abertas)

domingo, 2 de dezembro de 2007

cíclico

outra manhã se revela
e me engana...
se me deixo plena
e me afogo
densa de planos
à espera
do beijo sonoro
cotidiano
noturno
que ilumina minha cama
quando durmo

sábado, 24 de novembro de 2007

mergulho

Um olhar boiava
fora do mar
afogava barcos
pesados e estrangeiros
(embarcações à deriva)
E a onda indecisa
me arrastava
para as saudades
oceânicas

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

livro de cabeceira

(para um artista e poeta)

leio teus versos
(perfeitos)
és agora:
poeta eleito
...deito sobre a medida
que a rima
dissimula
leio-te à procura
de um eu-lírico
que se perdeu
no desconcerto
íntimo
de um poema
que foi meu

sábado, 20 de outubro de 2007

ensaio

Antes de abrir as cortinas
Repasso a cena:
Quando, no palco, subo
E represento tua amante
Assumo o papel principal:
Mera coadjuvante,
- na tua cama -
protagonizo um drama real

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

patrimônio

Tenho na palma da mão
Meu coração em pedaços
Protejo seus retalhos
E o grão que teu beijo espalha
Saliva em gotas... migalhas
Tudo o que, sendo mínimo,
Se valoriza como pérolas:
As minúsculas células da tua alma!
E mantenho meu tesouro
Guardado com o gosto da tua boca
No baú do meu corpo
Até nosso próximo encontro

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

lúdica*

Perdoa meu jeito atrevido
de devorar teu sorriso
(e te molhar sem frescura
se tua boca me manipula)

Perdoa meu jeito atirado
de te puxar pro meu lado
(e me mostrar insegura
quando tua mão me vasculha)


Perdoa meu jeito explícito
de aliciar teus pêlos ilícitos
(e me apresentar confusa
se nosso prazer se mistura)

Perdoa meu jeito indiscreto
De beijar teu membro ereto
(e saciar minha gula
quando teu gosto me inaugura)

Perdoa meu jeito voraz
de te pedir sempre mais....

Perdoa meu jeito sincero:
De te dizer que te quero!!

(*Releitura/reescritura de um poema antigo... provavelmente de 2004/2005.)

sábado, 1 de setembro de 2007

anti-soneto

Com a boca felina
O verbo preenche a rima
que brilha impaciente
(entre as coxas)

rica de desejos
... clandestina
Num toque aceso
(entre os dedos)

o verso insere
seu gesto ereto
na estrofe desmedida

e inscreve o soneto
(...obsceno)
que a libido assina

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

demora

Horas nubladas de espera
Entram pela janela
e se espalham na casa
...uma espessa camada de saudade
Me abraça...
Deixando a pele
em brasa
O tempo pára...
Me esquece... desaparece
num silêncio que me cala...
Por dentro, sua falta me explora
...sua ausência bate à porta
e o telefone não toca...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

santa ceia

Sem cerimônia
a refeição: posta à mesa
numa rotina comum
sua carne tesa
acaba com meu jejum

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Agradecimento

A Maria Borges indicou este blog para o Prêmio Blog 5 Estrelas.
Vejam o regulamento em:
Nada pra mim

Deixo a seguir (apenas) os cinco que me são solicitados... em desordem de sentimentos:

Múcio Góes

Rayanne

Lume vagante

Moacir Caetano

Bizarro Deslumbre

sábado, 11 de agosto de 2007

um poema de ELSA LÓPEZ

"No pronuncio tu nombre por miedo a ver la herida
y el golpe de la sangre.
No digo las palabras que debiera decirte.
Te miro.
Te contemplo.
Te observo.
Ojeo las esquelas y el tiempo de las nubes.
Luego digo algo inútil,
mágico,
irreparable.
Digo cosas curiosas como decir:
qué tal, hace calor, te quiero,
anoche he deseado tu cuerpo nuevamente.
Pero nada se oye dentro de las paredes.

Tú me miras inquieto, decidido,
cobarde.
(Mi corazón empieza a deslizarse
por la suave pendiente de tu pelo.)"

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Na memória

No contorno do corpo
Ponho meus sonhos acesos
...Desenho o esboço
Do meu desejo no espelho
E o reflexo úmido dos pêlos
Desliza entre os dedos

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Fast food

Um banquete de sensações
me sacia... lento... e me engole
quando você é o alimento
que mata minha fome

domingo, 22 de julho de 2007

contradição

O que sinto por ele
(e não digo)
é meu escrito contido
que se esforça, mas alicia
e me transforma em poesia...
O que digo pra ele
(ou minto)
É verso sem medida
No resto de um poema noturno
Onde transbordo silenciosa
quando em rima eu durmo
e acordo prosa

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ainda para lembrar

Só agora...
que os pêlos colam
na pele...
e exploram do sal
sabores perfumados...
Só agora...
que a fome cobra
seu gosto
saciado
e devora marcas...
declara sinais...
Só agora
que eu vivo
no espaço nítido
do seu sorriso...
e conto as horas
apressadas
que não voltam mais!

Sinastria*

Em harmonia zodiacal,
Teu ascendente: Aquário
Em conjunção com meu Sagitário

*Só porque agora os astros querem que eu seja muito feliz assim!!!!

domingo, 8 de julho de 2007

insônia*

Nestes dias,
De versos imersos em saudade
Nos restos de poesia:
Sou metade.
Faz frio ao lado:
Vazio.
No lençol gelado
Um corpo macio
acumula sonhos inteiros
No abandono do travesseiro:
Eu delineio o desenho
Do seu beijo
no meu seio
e desarrumo promessas
de calor e sedução
Que coleciono sob o edredom

* Porque essa distância tem me tirado o sono!

domingo, 1 de julho de 2007

afinando os instrumentos

Quando me faço ária...
No compasso do seu gesto,
Você, maestro, com sua batuta,
rege o ritmo erudito do desejo
e muda o tom do concerto...
Quando o acorde da sua flauta
Tange, forte e sustenido,
Um arranjo de improviso
que embala minha alma...
Quando você me toca:
Sonata para harpa
E desafina (s)em dó
Uma nota vibra mais alta
A lira cala: grave e só

domingo, 24 de junho de 2007

sei dizer que foi (muito) bom!*

Só quando o espelho do olhar reflete
o mesmo brilho umedecido
Onde se esconde, imperativo,
O gosto pleno que molha a pele...
Ou quando seus pêlos vêm ao encontro
Das minhas coxas
E pouso, doce, minha boca
Nos pêlos do seu corpo...
Só quando o balanço das pernas repete
O intenso movimento estático
Que vibra calado e mais rápido
A cada pedido que você profere...
Só quando a iminência do jorro rasga
O silêncio ígneo das palavras
E minha mão afasta a falta do seu tato
E seus dedos apertam meu cansaço...
Só quando você deixa seu peso abandonado
Dentro da minha necessidade perene
E me irriga... me fita... e geme
E me faz adormecer extasiada

(*às vezes, uma frase - este título - diz mais que todos os versos...)

terça-feira, 19 de junho de 2007

[sem título]

Cada vez que me despeço,
Eu rezo
E peco... e herege
Contemplo o desejo
Que me lateja por dentro

Cada vez que eu gozo,
E jorro...
Rogo pelo gosto profano
Que os beijos pedem iguais
Calo um óbvio eu-te-amo
E imploro preces mais carnais

sábado, 2 de junho de 2007

derradeira(mente) paulicéia

Na antiga garoa dos olhos
me molha uma inundação de dúvidas
Dividida(mente)
Disparada decisão
(imagens desvairadas e últimas)
Fecho a janela do medo
E me protejo no arranha-céu
Certa de ter no desejo
O gosto impresso do que já foi fel
Desconexão dessa trilha urbana
Que me embala em Sampa
Agora por um fio
Por um triz
Rio:
FELIZ!

domingo, 13 de maio de 2007

sem-razão

Não sei o que há em mim
Que é tão teu como o silêncio
E lateja e entrega e tolera...

Talvez seja a distância de pele
Esse tato quase volátil
Expresso na ponta do lápis
Quem sabe um suspiro breve
Que o papel guarda no quarto

Não sei o que em mim
Leva a ti...
Que sempre foge

Nos dias que brilhamos
O hesitante entusiasmo
Único consolo:
O gozo impregnado
No corpo:
O mesmo orgasmo

Não sei o que
Fica
De ti...
Em mim
Que sempre falta

segunda-feira, 30 de abril de 2007

rascunho

Dentro do corpoema*
minha rima pulsa vermelha
e fica ainda mais rubra
quando seu verso me busca
e na minha veia lateja
conjugando um verbo interno
no caderno sobre a mesa.

* Roubei a palavra no Contratempo (da Rayanne, a moça das estrelas)

domingo

A manhã se manifesta
plena de promessas
e me atravessa: a primeira
... se revela anfitriã
nesta janela estrangeira

sábado, 21 de abril de 2007

pensamentos distantes

Penso em você
se, em vão,
a mão se perde à procura
da pele
por baixo da blusa

Penso em você
se a língua engole
(com um esforço engasgado)
o gosto mutilado
... do seu nome

Penso em você
se a saliva no íntimo
seca à espera
do seu líquido
e o lábio anuncia
faminto
o naufrágio
ainda explodindo...

domingo, 1 de abril de 2007

último poema

Abro mão
do seu pouco-caso
da sua falta de tato
o minguado abraço

Prefiro guardar
a lembrança mínima
a saudade tímida
a distância física

Levo comigo apenas
os sonhos que você não prometeu
os versos que ainda são seus
meu poema de adeus

terça-feira, 27 de março de 2007

olhos sobre tela(s)

Vejo o relógio
... que persiste
em desapontar impressões...
se Dalí declaro,
na memória:
Kahlo!

(Desculpem a falta de post!!!
Os dias voam... e o tempo parece que passa mais rápido do que sempre!
Quando as coisas se normalizarem, prometo "deliciosos" versos... rs)

terça-feira, 13 de março de 2007

a água e o vinho

Eu: pálida
Ele, tinto
Na taça ácida
Inebriado instinto

Eu: sede
(verto indiscreta)
ele, brinde
(não resiste à entrega)

Eu: rubra
Ele, líquido
Os dois em úmida mistura
De gosto cítrico

Eu: escandalosa
Ele, silencioso
Num tilintar que afoga
O mesmo gozo

sábado, 3 de março de 2007

passo a passo

Lado a lado
Nos tocamos...
e trocamos a falta do tato
pelo contato guardado
no mesmo abraço

Boca a boca
A saliva de uma língua
Rouba a da outra
E roça e ronda
E me excita
se desliza com sua ponta

Pouco a pouco
Eu ouso... e pouso
Sobre seu peso
E ponho meus pêlos
entre seus dedos

Corpo a corpo
O encontro:
um desejo dentro do outro
um movimento em cadência
No silêncio, um só gosto:
A iminência do gozo

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

a espera

Noite adentro
Aguardei teu corpo
Tendo o som grave do silêncio
Retido na memória
Os dedos na pele escrevendo
A saudade que exalava por fora

Adormeci vazia

Li Barthes ao despertar (sem nós)
Imaginando que naquele instante,
No fim do túnel, haveria uma voz ...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

pretensões

Para que eu esteja plena
Apenas venha
E me acenda...
Revele minhas senhas
Sob a renda
Me conceda
O fogo da sua pele
E queime na minha febre

Para que eu ainda arrisque
Apenas fique
Dissipe meus limites
Me excite
Com seus desejos em riste

Para que eu mereça
Apenas prometa
E adormeça no êxtase infinito
Onde mora minha libido
Quando você acorda comigo

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

(talvez) para uma quarta-feira em cinzas

(poema para o “amor” que dançou)
Recuperando o presente,
Percorro aqueles passados
Outros feriados sem fim
E todos os domingos
Que você roubou de mim
Recolho migalhas de carinho
Nos abraços que ainda sinto
Espalhados entre os nãos
Dos seus atalhos em meus vãos

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

(im)paciência

Os dias parecem mais longos
Sem nossos encontros
As horas disparam saudades
Se sua ausência me invade
Porque o tempo não ameniza
O gosto que fica tão necessário
Quando seu desejo me consome
E os meses do meu calendário
Rimam sempre com seu nome

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

enquanto falo

Enquanto a mão explora
A pele exposta
E contorna a forma firme
Que se mostra...
Enquanto a língua se enrola
Nos pêlos e faz o desenho da trilha
Que vai do umbigo à virilha
E é percorrida pelos dedos
Enquanto os lábios se molham
Na saliva que engulo
E misturo com o sêmen
Que me jorra por dentro
... Você lateja e me beija,
completo e saciado
enquanto guardo na boca
o gosto ainda ereto
do falo

domingo, 11 de fevereiro de 2007

degustação

Na saliva fica
O ácido da uva
De tanino doce...
Ainda precoce
Como vinho que nasce
E sai do carvalho mais cedo
Esperando-se à tarde:
Espumante prosecco

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

R.S.V.P.

Visite meus versos
Sem hipocrisia
Sem máscaras
Sem disfarces
Sem roupa

Folheie minhas rimas
Sem fôlego e sem limite
Com as mãos explícitas...
Plenas de seus fetiches...
E atadas de formalidade

Mergulhe em meus enigmas poéticos
Meu eufemismo contumaz
E me leia nas entrelinhas (nos pêlos)
Onde a poesia se liquefaz

sábado, 3 de fevereiro de 2007

poética

É no encanto do verso
Que minha vontade vibra
latejando entre os gestos
Por entre as pernas... na rima
É nas figuras da poesia
que jorram meus sentidos
...metaforizando fantasias
no rascunho dos meus escritos
É no verbo do texto alheio
Que releio meus vernáculos receios
E deixo meus desejos pelo meio.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

overdose*

Café
Cigarro
Chocolate
Olhares
Intuição
Café
Água
Tic tac
Gestos
Insinuação
Café
Palavras
Aproximação
Calor
Suor
Café
Risadas
Mão na mão
Café
Fome
Salivação
Lábios
Língua
Dentes
Café
Pescoço
Contração
Desejo
Por dentro
Café
No canto
Arrepio
Garganta seca
Gargalhada
Excitação
Café
Amasso
Fumaça
Sedução
Café
Tesão
* Não dá pra ser a mesma depois de experimentar!

domingo, 28 de janeiro de 2007

antídoto

Deixa que eu permaneça profana
Em cada estrofe escrita na cama
Das nossas noites em claro

Deixa que eu seja tua nova rima
A puta do poema... a menina
Do verso, o melhor pecado

Deixa que a acidez da minha poesia
Molhe tua boca com toda heresia
Do meu veneno imaculado

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

(olhos de) ressaca

The Day after...
A ausência das palavras está "justificada" em Moacir Caetano (esse moço dispensa apresentações... e merece todos os confetes do mundo!!) Meu poeta mais-que-perfeito!!!
Confiram!!!

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

avant-première

(um poema idealizado e editado a quatro mãos,
quatro pernas, duas bocas... cena a cena)*
No quarto - cenário improvisado
Cortinas e quadros são platéia
A contar quantos gemidos tortos
Cabem na nossa noite de estréia
Na cama, o lençol é tela
Nela projetamos o melhor do drama
Numa visão distorcida que dispensa câmera
Teu olhar, objetiva lente,
Toma minha nuca em primeiro plano
E cada gesto se prende na razão que se desgoverna
... entre as pernas, um beijo me põe tua boca
E ensaiamos a aventura que se estende
por um roteiro sem direção à procura do foco:
1° ato... meus desejos brilham entre teus dedos
2° ato ... meus seios deslizam e em tuas mãos se encaixam
Em todos os outros atos:
Se clímax me ofereço, te recebo ereção
Amadores e amantes neste filme
Repetimos... a cena... à exaustão

* Obrigada pela contribuição em todos os atos desse roteiro

sábado, 20 de janeiro de 2007

eco

a-
pelos
pelos
poros
pelos
pêlos*



pelo
menos
apelos
nos meus
pêlos

menos
poros
nos meus
(atro)pelos

(Todos os apelos...
que - ainda - silencio)

* apelos feitos pelo poeta para o meu "cio"

em (tuas) mãos

Depois que me deixo contraída
Em teu incansável dedilhar,
e me encaixo umedecida
em teu macio dedo anular...
Calo para que ouças
apenas meu pulsar inquietante
Que desespera de fato
...sabendo-me tua amante

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

dislexia

Para onde foram as rimas
Que se inscreviam em fonemas complexos
Naquele acompanhamento de ritmo
Entre a sintaxe rebuscada e a falta de nexo...?
Onde se meteram meus argumentos
Dilacerados versos sem pretexto
Meus restos de conjugação sem tempo?
Cadê o poema explícito
Que morava nas entranhas viscerais
Dos meus escritos agramaticais?

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

cio*


Cometo excessos
Excedo,
Extrapolo.
Exalo:
Desejos...
pelos...
poros...

*Ao poeta que lê meu silên-cio!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

messenger

Não me faz falta
Sua escassa conversa
A mesma palavra amarga
Que a rima nega a cada verso
Que você escreve e apaga
Não me farta mais
O vazio que completa as horas
Nem as noites alertas e desiguais
Numa outra imagem casta do rio...
Não me basta falar num grito
o nome que no infinito silencio!

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

retrato

Na censura do corpo
A luz do encontro
No teu rosto brilha primeiro
E te conduz à aventura
Do meu porto-labirinto...
A pedir exposto e inteiro
O gosto e a textura
... que ainda hoje eu sinto

domingo, 7 de janeiro de 2007

confissão

Vivo em suas fantasias
Como a vadia a labutar
E no silêncio da cama
Seus fetiches ocupam outro lugar
Sussurro desejos perversos
Na febre da noite cotidiana
Que guarda seu sexo mais perto
Para que ainda me arda a chama

sábado, 6 de janeiro de 2007

teu corpo

(Por Eza, o poeta)

Teu corpo esguio, esbelto e belo
Teus olhos amendoados, sob madeixas, amedrontados
Tua boca voraz com violência e velocidade
Me tirando o chão, ou me atirando a ele, que importa a posição ?

Teus seios pequenos, pontiagudos, perfeitos
Colados ao meu peito, pedinte e carente
De carícias, delícias e malícias
Dos abraços, teu regaço e teus espaços

Tua história de lutas, infindáveis batalhas
Superando no cotidiano o destino maroto
Que sendo justo e equilibrado, todos sabemos
Te reserva a felicidade...a realização plena

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

urbana-mente

Avenida Paulista
Infinita... às seis e meia
Na tarde que pisca vermelha
Enquanto na minha boca
A tua ausência passeia

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

os números nos versos*

As mãos passeiam devagar
Traçando o esboço
Da virgem nua que espera
Atentamente excitada:
seu corpo se deleita em letras
e se deita à espreita de um gesto vigoroso
do poeta, pintor clandestino
que rabisca um desejo
tecido em cores vivas na sua carne
E ele a sufoca com as mãos
A insinua em palavras perdidas
Inusitado e vulgar a consome em palavras
Ela, subjugada, se entrega facilmente
Entre letras esquecidas
E palavras conhecidas dos dois
Ela se deixa contornar com a saliva
Colorida que ele inventou
Para juntos apagarem os traços
Que o beijo dele tatuou

* Estes versos nasceram de uma conversa entre mim e um matemático muito sensível que me visita e poetiza em suas voltas...rs... Como eu não citei seu nome no post anterior, aproveito para reparar minha falha neste post, que foi meu primeiro a quatro mãos de verdade...rsrs...(Espero que o Moacir não fique bravo por ter perdido nossa tentativa de tempos passados...rsrs...)