com que naturalidade
entre os corpos
à mostra
ele revela que sente
a necessidade
de posse:
doentia mente
me quer
sua (doce) mulher
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
domingo, 4 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
tardias sibilâncias
de silêncios
e saliências
somamos
indecisa e indecente
simplesmente
a fluência rente
sobressalente
Amalgamar:
somos esse
salivar
ao olhar
molhar
e somente assim
sonhar
suar
sorver
sussurrar
arder
em
tarde
SER
e saliências
somamos
indecisa e indecente
simplesmente
a fluência rente
sobressalente
Amalgamar:
somos esse
salivar
ao olhar
molhar
e somente assim
sonhar
suar
sorver
sussurrar
arder
em
tarde
SER
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
sem legendas
à meia-luz
no aconchego
do nosso leito
minha alma
adentra teu abraço
- a entrega -
me deito...
e o coração pulsa
mais perto do teu peito
numa cena
ainda perfeita
me acenas
feito presa
me estreitas
entre teus másculos músculos
dentro do quarto
à meia-luz
uma imagem
fixa nos seduz
no sexo farto
nos corpos
na cama
onde minha
[c]alma
te ama
no aconchego
do nosso leito
minha alma
adentra teu abraço
- a entrega -
me deito...
e o coração pulsa
mais perto do teu peito
numa cena
ainda perfeita
me acenas
feito presa
me estreitas
entre teus másculos músculos
dentro do quarto
à meia-luz
uma imagem
fixa nos seduz
no sexo farto
nos corpos
na cama
onde minha
[c]alma
te ama
domingo, 27 de novembro de 2016
do verbo "devorar" no subjuntivo
Talvez me seja
em excesso:
carnal
talvez se ressinta
a rima
(natural)
no poema que aflora
no corpo
um pouco acima
um pouco além
(do que o verbo devora)
ainda agora
em excesso:
carnal
talvez se ressinta
a rima
(natural)
no poema que aflora
no corpo
um pouco acima
um pouco além
(do que o verbo devora)
ainda agora
sábado, 26 de novembro de 2016
de cor
Em mim
Seus beijos:
Sei-os
Seus lábios:
Sei-os
Seus dentes:
Sei-os
Seus beijos:
Sei-os
Seus lábios:
Sei-os
Seus dentes:
Sei-os
E depois de me saber
Na sua língua
sentir fluir
nos dedos
Lasciva
Saliva
Na sua língua
sentir fluir
nos dedos
Lasciva
Saliva
Seus desejos:
Sei-os
Todos em mim
Sei-os
Todos em mim
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
o verso na ponta da língua
"na calada da noite
adoro quando ele rouba
palavras da minha boca"
(Líria Porto)
Só pela manhã
Quando desperto
Sinto falta das madrugadas
Em que sonho
Acordada
Quando desperto
Sinto falta das madrugadas
Em que sonho
Acordada
O consolo vem
Do saber-te perto
Encaixado no sonho
De que desperto
Do saber-te perto
Encaixado no sonho
De que desperto
Moral da estrofe:
Nunca mais desperto
Só
Quando estás perto
Nunca mais desperto
Só
Quando estás perto
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
"ainda que eu falasse a língua dos homens, sem amor..."
Na língua
falo
que (me) envolvo
- desejos -
em dialeto
novo
falo
que (me) envolvo
- desejos -
em dialeto
novo
terça-feira, 22 de novembro de 2016
anatômicos*
Enquanto se tocam os tecidos
Outros órgãos se revelam
No sabor das peles:
Outros órgãos se revelam
No sabor das peles:
Umedecidos
*Lembrando do poema de Maiakovski: "... em mim a anatomia ficou louca: sou todo coração"
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
pas des deux
solo
um corpo adentra
se faz presença
se apresenta
colo
meu corpo
concede
sustenta, tenta, aguenta
(indiscreto) se oferece
em dança
me faz lassa
me enlaça
o corpo avança
sob a fraca luz
sua mão
- gesto suave -
me conduz
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
visual
quando te encontro
no mesmo brilho
na vista do mesmo ponto
- olho no olho -
me emociono
me molho
te acolho
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
iníssono
Gosto do som
dos nossos tecidos
a trama das pernas
trançadas
desejos despidos
Gosto do desenho
da chama
que nos queima
inflama
Gosto dessas sutilezas
do sussurro à cama
nossas silhuetas
todo o incontido
como único corpo
que no mesmo sono
pôde ter sido
entorpecido
domingo, 30 de outubro de 2016
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
expressões idiomáticas
O poema nasce do avesso
E no verso te escrevo:
Desejo
Inspiração me redescobre
Em estrofes babélicas
incomunicáveis
A corpo nu
Na ponta da (tua) língua
De expressão precisa
A tradução milimétrica
De desejos que só o desejo
Realiza
E no verso te escrevo:
Desejo
Inspiração me redescobre
Em estrofes babélicas
incomunicáveis
A corpo nu
Na ponta da (tua) língua
De expressão precisa
A tradução milimétrica
De desejos que só o desejo
Realiza
Nesses dias de poesia farta
Há poemas com rimas tão hábeis
Nas tuas sílabas impronunciáveis
Há poemas com rimas tão hábeis
Nas tuas sílabas impronunciáveis
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
(algumas bobagens matinais só pra te ver sorrir)
Gostei da imagem do casal
Gosto de fotos assim
Gosto também quando
Te encontro
Num canto
Sem holofotes nem confetes
Gosto quando estamos despidos
Das conveniências sociais
(Aí te gosto mais)
Gostei mesmo da foto
E dos beijos roubados
Que não foram flagrados
Gosto de fotos assim
Gosto também quando
Te encontro
Num canto
Sem holofotes nem confetes
Gosto quando estamos despidos
Das conveniências sociais
(Aí te gosto mais)
Gostei mesmo da foto
E dos beijos roubados
Que não foram flagrados
Desculpa, meu amor,
Mas não devias ter deixado
Que te tivessem fotografado
Se não quisesses te expor!
Mas não devias ter deixado
Que te tivessem fotografado
Se não quisesses te expor!
domingo, 23 de outubro de 2016
da série: Bilíngue
A noite
Ontem
Não teve foto
Teve fogo
Não falamos dos fatos
Cotidianos
Apenas nos falamos
Ontem
Não teve foto
Teve fogo
Não falamos dos fatos
Cotidianos
Apenas nos falamos
Línguas ainda desconhecidas
Como os dialetos
Incompreensíveis
Trocaram a verve do verbo
Por impronunciáveis fonemas
Soletrando,cada uma a seu jeito,
ambíguos desejos
Entre as rimas sensíveis
(Ausentes neste poema)
Como os dialetos
Incompreensíveis
Trocaram a verve do verbo
Por impronunciáveis fonemas
Soletrando,cada uma a seu jeito,
ambíguos desejos
Entre as rimas sensíveis
(Ausentes neste poema)
Ontem
A noite
Qual novela (habilidosa)
Alinhou-se em verso e prosa
Pôs o idioma em destaque
Com arremate
Em outro sotaque
A noite
Qual novela (habilidosa)
Alinhou-se em verso e prosa
Pôs o idioma em destaque
Com arremate
Em outro sotaque
sábado, 22 de outubro de 2016
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
domingo, 21 de agosto de 2016
sábado, 20 de agosto de 2016
entrelinhas (inbox)
eu deveria tornar público
esse amor único
esse amor único
eu deveria esgotar meu repertório
de rimas
esse verso transitório
que o gosto perene
da falta da sua boca inscreve
de rimas
esse verso transitório
que o gosto perene
da falta da sua boca inscreve
na minha
eu deveria me fazer explícita
me deixar mais líquida
na sua saudade ilícita
me deixar mais líquida
na sua saudade ilícita
eu deveria ser tímida
ao escrever seu nome tão mínimo
ao escrever seu nome tão mínimo
num gesto tão íntimo
eu deveria apresentar minhas reais intenções
ao desejar suas mãos indecisas
e suas lascivas manifestações
e suas lascivas manifestações
eu deveria apagar essas letras vivas
antes que o poema me revele
antes que o poema me revele
e você me leia
incisiva
sobre sua pele
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
domingo, 7 de agosto de 2016
variações sobre o mesmo tema
1. Desperta dor
Desperto com seu "Acorde!"
E na sequência da melodia
Você apenas me diz "Bom dia!"
E na sequência da melodia
Você apenas me diz "Bom dia!"
2. Ostinato
Soa como vibrato dissonante
mas é sempre a mesma nota
que vibra alto e grave
se você me toca
mas é sempre a mesma nota
que vibra alto e grave
se você me toca
3. Desafinada
fiz um poema-canção
sem pausas
O ritmo feliz
que seu compasso
me causa
sem pausas
O ritmo feliz
que seu compasso
me causa
4. Noturno
Madrugada adentro
(eu entro) em seus braços
me rendo, me entrego
noite adentra
você entra
me entende, me agrada
desliza os dedos
sobre minhas costas
(como faz com as cordas)
e a noite sendo de sede
nos engole
entre meus lábios
sua seiva escorre
(eu entro) em seus braços
me rendo, me entrego
noite adentra
você entra
me entende, me agrada
desliza os dedos
sobre minhas costas
(como faz com as cordas)
e a noite sendo de sede
nos engole
entre meus lábios
sua seiva escorre
sábado, 6 de agosto de 2016
sinfonia silenciosa
Minha boca musical
Gosta de tocar
Canções de notas doces
Como a que você trouxe
Nesse acorde labial
Gosta de tocar
Canções de notas doces
Como a que você trouxe
Nesse acorde labial
Minha boca
(Mesmo vazia)
Tem mania de soprar
Sempre a sua melodia
Sempre a sua serenata
(Mesmo vazia)
Tem mania de soprar
Sempre a sua melodia
Sempre a sua serenata
Minha boca
de desejo e ribalta
Ainda balbucia
Num beijo num cicio
O timbre sustenido
(Enrijecido)
Da sua flauta
No cio
de desejo e ribalta
Ainda balbucia
Num beijo num cicio
O timbre sustenido
(Enrijecido)
Da sua flauta
No cio
terça-feira, 19 de julho de 2016
à francesa
para uma noite chez moi
você traz as taças
sirvo um Pinot Noir
esqueça a inocência
nas páginas de Saint-Exupery
rasgue apenas minha nova lingerie
você traz as taças
sirvo um Pinot Noir
esqueça a inocência
nas páginas de Saint-Exupery
rasgue apenas minha nova lingerie
quinta-feira, 14 de julho de 2016
quarta-feira, 13 de julho de 2016
falta de sono
deito
e tudo o que
desejo
é teu peso
sobre meu peito
deixo que esse desejo
me tome de jeito
ocupe todos os espaços deste leito
Onde me deito
à espera do sonho
Do teu beijo
Mais que perfeito
e tudo o que
desejo
é teu peso
sobre meu peito
deixo que esse desejo
me tome de jeito
ocupe todos os espaços deste leito
Onde me deito
à espera do sonho
Do teu beijo
Mais que perfeito
segunda-feira, 11 de julho de 2016
noite de efêmera perenidade
com o passar
vago e pesado
dos dias
vago entre
o desejo perene
dos seus dedos
dentro dos meus
segredos
vago e pesado
dos dias
vago entre
o desejo perene
dos seus dedos
dentro dos meus
segredos
sábado, 9 de julho de 2016
mando mensagens bobas
só pra manter você no topo
Escrevo bobagens ou vícios
pra conservar você no início
quando entro num bate-papo
só estou procurando contato
só pra manter você no topo
Escrevo bobagens ou vícios
pra conservar você no início
quando entro num bate-papo
só estou procurando contato
por isso
se você me vir on-line
preste bem atenção:
me chame!
estou sempre à disposição
se você me vir on-line
preste bem atenção:
me chame!
estou sempre à disposição
sexta-feira, 8 de julho de 2016
quinta-feira, 7 de julho de 2016
feita em versos
minha rima feminina
vibraria com alice
se um haicai me ruísse
despertaria multimídia
linda e lisa, lucinda
talvez morresse navegando
qual nau frágil de cecília
ou em versos suicidas
à margem como ana c.
fosse lasciva: adélia ou hilda
plena de tantos fetiches
poetaprosearia como clarice
segunda-feira, 4 de julho de 2016
(esboço para um poema)
Estes versos
estão perplexos
Diante dessa saudade
instantânea
Diante dessa distância
Conterrânea
Que te leva
Por atalhos e trilhas
Caminhos por onde
(não) me carregas
Estes versos
Seguem completos
E enquanto te escrevo
Sinto-me tão piegas
Quanto essa vontade
De me perder
Entre teus dedos
E as pedras
estão perplexos
Diante dessa saudade
instantânea
Diante dessa distância
Conterrânea
Que te leva
Por atalhos e trilhas
Caminhos por onde
(não) me carregas
Estes versos
Seguem completos
E enquanto te escrevo
Sinto-me tão piegas
Quanto essa vontade
De me perder
Entre teus dedos
E as pedras
domingo, 3 de julho de 2016
para ti (minha segunda pessoa)
Pensando na tua viagem
Desejos e miragens
São minhas imagens
Sigo tentando te fazer poema
Escrevo-te versos infames
Esperando que me chames
(Com as ideias fora do lugar
A poesia dá vexame)
Ponho no papel apenas
Palavras vazias
(Só dentro da rima
Me encenas)
Amor de cinema
Sou uma poeta/poesia em vão
_ Sou poeta não
Sou pretensa poesia
(Só poeto com o coração)
Desejos e miragens
São minhas imagens
Sigo tentando te fazer poema
Escrevo-te versos infames
Esperando que me chames
(Com as ideias fora do lugar
A poesia dá vexame)
Ponho no papel apenas
Palavras vazias
(Só dentro da rima
Me encenas)
Amor de cinema
Sou uma poeta/poesia em vão
_ Sou poeta não
Sou pretensa poesia
(Só poeto com o coração)
sábado, 2 de julho de 2016
domingo, 19 de junho de 2016
poema noturno para despertar insones
Enquanto você dorme
Há um sonho que me acolhe
De olhos e braços abertos
Neste poema incompleto
Na poesia que nos consome
Num beijo esperado
Em cada verso
Há um sonho que me acolhe
De olhos e braços abertos
Neste poema incompleto
Na poesia que nos consome
Num beijo esperado
Em cada verso
terça-feira, 7 de junho de 2016
meia-boca
Nosso beijo de estreia
Um beijo ao encontro
De outro
Um beijo ao encontro
De outro
Foi um meio beijo
Depois de uma trepada meia-boca
Depois de uma trepada meia-boca
Mas ele beijava
A boca de outra
A boca de outra
sexta-feira, 3 de junho de 2016
segunda-feira, 7 de março de 2016
levada
Me leve
Leve
Me traga
Viva
Me venha brisa
Me leve brasa
Me traga febre
Me leve
Fibra
Leve
Me traga
Viva
Me venha brisa
Me leve brasa
Me traga febre
Me leve
Fibra
Desenhe
Apele
Vibre
Me faça
Traço
Esboço
Me desalinhe
Apele
Vibre
Me faça
Traço
Esboço
Me desalinhe
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
solo para um clarinete noturno
Se fosse sax
Como sonhava ser
Em vez de silêncio
Um solo em sol
Como sonhava ser
Em vez de silêncio
Um solo em sol
Se fosse só
O sopro
O som
Concerto
O sopro
O som
Concerto
Mas se você me toca
Entre quatro paredes
Desconcerto a cada nota
Sou sonoro clarinete
Entre quatro paredes
Desconcerto a cada nota
Sou sonoro clarinete
E hoje é meu dia da volta ao delicioso Blog de 7 cabeças!!!
Estamos de volta para convidar todos os leitores para o lançamento do LIVRO DE 7 CABEÇAS: anotem aí 12 de março a partir das 17h no Patuscada!!
domingo, 7 de fevereiro de 2016
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