terça-feira, 25 de setembro de 2012

cartão

Que presente eu daria
pra quem hoje aniversaria?

Fugiria eu do clichê
"Parabéns pra você"?
Faria um poema
sem algemas
com o brilho
das estrelas?

Que presente eu daria
pra quem hoje aniversaria?

Se meu desejo coubesse
num envelope
mandaria um beijo
a galope
Ah... se eu pudesse!

Mas que presente eu daria
a quem hoje aniversaria?

Se nas mãos não levo
nada que agrade,
é porque por dentro
não há o que desate
esse nó na garganta
essa falta tanta...

e eu pergunto a você
que hoje aniversaria:
que presente meu quereria?



sábado, 22 de setembro de 2012

é primavera



De seu jardim
a efêmera íris
floresce
perene em mim
num aceno de adeus 
ao inverno
peço a você: 
nesta primavera
que me acolha 
num beijo eterno

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

um poema em rascunho: meu melhor clichê


O que dizer
quando as palavras
vêm num voo
que rasga
o meu céu
e a estrela que salta
dos olhos
é a mesma que molha
o papel?

Um pedido
ainda sufoca
na boca

e faz o verbo
engasgar
e arranhar 
a garganta

O que clamar
se a súplica
suplica
só um desejo
e a única
resposta
que fica
exposta
no corpo
é a falta
do mesmo
beijo?

Como dizer
tudo que vai
com o outro
quando o outro
é sempre 
você?

Em que lugar (in)comum
ficamos cada um
sem perceber
que só o que nos une
é este inútil
clichê?

domingo, 2 de setembro de 2012

sem cabimento (talvez)

Talvez eu não caiba
no seu sonho
porque o desejo do meu corpo
lhe causa desconforto
Talvez a minha festa
seja modesta
pro seu apego
em demasia
Talvez você não saiba
preencher as linhas em branco
que estão reservadas
para nosso romance

É, acho
que me iludir
com sua falta de promessas
é apenas um método
perigoso
de tentar curar meus medos

Talvez você não caiba
no meu imenso pensamento
simplesmente porque
não tem cabimento