segunda-feira, 27 de junho de 2011

Colcha de atalhos*

Tento juntar os versos
Que pusemos na tela
Mas o desejo de tê-los na pele
Me impede, protela...

Recupero as rimas
Refugiadas nas estrofes
Dissimulo suas fantasias
Na ousadia que me engole
... pérolas do desejo só nosso

Por fim, respiro... e desisto
Somos só isso:
Versos soltos
Entranhadamente precisos
Somos pouco...
Versos que se misturam
no ritmo exato
Do desejo
Indefinido


* Parcerias multiplicam-se em poemas

sábado, 25 de junho de 2011

acordar

me acorda o braço
do abraço
quente e macio
eu, de repente
no cio,
passional...
me molho
... e antes de abrir
os olhos
abro pernas e frestas
pra nossa festa
matinal

sábado, 18 de junho de 2011

sacramento

de joelhos
em oração
rezo minha prece
peço que me canonize
o seu santo desejo profano
e me beatifique sua unção

terça-feira, 14 de junho de 2011

meias verdades

meias-palavras
ditas à meia-luz
à meia-noite
em meia-língua
num clima de meia-estação
quando horas
duram meia-vida
e uma mentira completa

quarta-feira, 8 de junho de 2011

resposta ao caos

você me emudece
muda meus sentidos
me tece em outras linhas
me silencia
e adivinha meu gosto
você se aninha
na poesia que comungo
quando nossos versos
estão juntos

segunda-feira, 6 de junho de 2011

versos ligeiros...

nosso amor
não tem jeito
é feito de atalhos
e atrasos
nosso amor
não tem laços
só perde no passo
nosso amor
não é vão
é só ilusão

domingo, 5 de junho de 2011

rompante

De repente
Preciso dizer
Eu te amo
assim, num rompante
para romper o instante
que nos mantém distantes

sexta-feira, 3 de junho de 2011

das ausências

não preciso
que você me conte
onde se esconde
quando está longe
preciso,
isso é certo,
que esteja
sempre
por perto